Arquivo da categoria: Voluntariados

Diário do Ashram – Dia 10

18.12 – Sexta-feira

O dia começou cedo já que quem iria pra fazenda ainda tinha que levar as bagagens antes de começar a trabalhar. Nós levantamos cedo também (eu e Nina), sem necessidade já que não precisar usar meu carro. Mas já que estávamos lá decidimos aproveitar nossas últimas horas no ashram. Aproveitei pra fazer uns vídeos e fotos pois nos outros dias não quis nem pegar a câmera. Terminei de ler um livro wicca que achei na biblioteca e tava lendo desde que cheguei lá. Achei um livro de bordados, tricôs e afins e aprendi um ponto macramê, fiz uma pulseira com umas lãs coloridas que achei por lá e dei de presente pra Francesca.

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Íamos almoçar lá no ashram mesmo mas mudamos de idéia e resolvemos ir embora pra comermos em Gosford enquanto esperávamos o trem da Akane que estava indo lá pra casa. Ela chegou e partimos pra Sydney.

Já em casa, eu Nina e Akane, esperamos Léa que tinha ido aproveitar o último dia em Sydney. Ela chegou, logo o Dani também e então fomos todos pra city. Deixamos Nina na casa da amiga dela, Léa na estação de trem e levamos Akane pra conhecer a cidade. Durante a noite a city fica linda, principalmente a Darling Harbour.

 

***

Akane ficou aqui em casa por quatro noites. Tentamos mostrar o máximo possível pra ela. Voltei com ela pra city durante o dia e no fim de semana o Dani foi conosco passear pelas praias, de norte a sul de Sydney 🙂

Nos dias que ela ficou aqui cozinhou comidas japonesas pra nós, uma delícia! Fez uns pratos do dia-a-dia dos japoneses, como se fosse nosso arroz com feijão. E eu fiz brigadeiro pra ela, claro 😛 já aproveitei e fiz pra Nina também pq ela veio fazer uns passeios com a gente no outro dia. No domingo levamos ela num restaurante brasileiro (um café na real) pra ela experimentar os quitutes brazucas, ela adorou o pastel haha. Akane foi embora na terça bem cedinho, combinamos de nos reencontrarmos em Tóquio ou em Curitiba, veremos onde vai ser primeiro hehe.

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Alguns dias depois eu e o Dani estávamos indo acampar e no mesmo dia que estávamos pegando a estrada, Francesca e o Dom chegaram aqui em Sydney. Fomos almoçar com eles em Newtown num restaurante maravilhoso. Vegetariano e vegano, funciona assim, você paga o quanto pode, tem uma lista com alguns valores de guia e o que dá pra cobrir com cada valor, por exemplo, $5 ajuda no custo do alimento, $10 paga o valor da refeição e algumas despesas, $20 cobre o custo da refeição e ainda ajuda a pagar uma outra refeição pra quem não tem grana (não lembro os valores certos tá, são só exemplos). Se você não tem dinheiro pode voluntariar umas horas de trabalho e ajudar a servir/limpar/cozinhar. Bacana né? O restaurante chama Lentil As Anything e vale super a pena comer lá! Claro que a Francesca fez um vídeo sobre esse lugar também né hehe, dá uma olhada aqui. Adivinha o que eu levei pra sobremesa? Sim hahaha, brigadeiros!

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Quando voltamos de viagem ainda recebemos Bella aqui em casa, uma das alemãs, e dá-lhe mais comida típica haha, dessa vez foi Kasespatzle, que é uma massinha cozida (tipo gnocci mas são pedacinhos bem menores e irregulares) com um molho de queijo, uma delícia também, claro. E mais uma vez eles, os brigadeiros. Não, não canso de fazer haha.

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Agora acabaram as visitas, viagens e trabalhos em fazendas, ainda não sei o que vou fazer da vida mas deixo as coisas acontecerem conforme tem de acontecer. Até o próximo diário 😀

Hari om tat sat _/\_

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M.

Diário do Ashram – Dia 9

17.12 – Quinta-feira

Loooonnngoooo dia. Começou cedo, 5:30 já estava de pé. Um rápido café e já saímos pra fazenda. Dia de colheita. Passamos a manhã colhendo folhas, abobrinha, tomate e milho. Lavamos e separamos em caixas que viriam pro ashram e as que vão pra feira. Depois do trabalho ainda tive uma “reunião de negócios” com Ian haha.

Olha só como são as coisas, quando eu larguei o emprego muita gente me criticou, ainda que não na minha cara mas sei só pelo modo que se “preocupam” comigo. Enfim, algumas pessoas me perguntaram: e agora, o que você vai fazer? Já tem outro emprego em vista? Como vai pagar as contas? E por aí vai. Elas ficavam ainda mais incrédulas quando minhas respostas pra todas essas perguntas era “não sei” hahaha. Eis que por algum motivo, que até então não pude explicar, gostei do post da fazenda do Greg (a de flores) no site do wwoof e resolvi ir pra lá. Queria aprender sobre o cultivo de plantas, a vida no interior, conhecer a rotina de uma família local, os costumes, etc. Mal sabia eu que tinha um propósito muito maior nessa escolha. Além de ter aprendido tudo isso e muito mais pudemos discutir uma idéia bacana que ele teve que precisa ser desenvolvida. Planejamos alguns pontos e vou me dedicar ao design do projeto no ano que vem. Eu entro com a parte do design e fabricação e ele com a parte literária da idéia (ele escreve artigos relacionados a agricultura e quer escrever um livro sobre o básico da permacultura). Num momento em que eu queria descansar minha mente e decidir se queria ou não trocar de área profissional a vida vem e me joga idéias na cara haha, de graça. Bom, claro que não totalmente de graça pois já fiz muita coisa por muitos anos pra que essa oportunidade fosse possível.

Voltando ao Ian, ele é australiano e o responsável pela fazenda orgânica lá do ashram. Assim como o Greg, ele tem muito conhecimento e uma hora de conversa rende muito aprendizado. Calhou que dentre tantos ashrams, templos, centros de meditação e sei lá mais o quê que pesquisei, vim parar justo nesse aqui, onde o Ian fica e onde ele tem projetos maravilhosos que posso participar um tiquinho. Conversando com ele ontem descobri que ele fez algo parecido com a peça que eu e Greg falamos a respeito, a do Ian é uma adaptação com o material que ele tinha lá, mas já deu pra ver que a idéia é válida. Ele vai usar isso nos cursos que vai ministrar durante o ano lá na fazenda. E adivinha? mais uma oportunidade de cooperação. Eu com o desenvolvimento da peça, Greg escreve o manual e como usar o produto de forma eficiente e Ian faz a demonstração nos cursos dele. Um faz a propaganda do outro trabalhando em conjunto. Perfeito não?

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Tem um passarinho ali ó 🙂

Voltando ao ashram, literalmente, almoçamos, descansamos um pouco e mais trabalho. Mais uma vez na manutenção e tivemos que arrancar matinhos em torno da tubulação dos tanques d’água e limpa-los por fora, aqui também usam a água da chuva. No fim do dia estávamos derretendo de calor e fomos pro rio, claro.

Tivemos um jantar delícia feito por Francesca e Dom, macarrão claro 😛 Depois da limpeza da cozinha ainda fui dar uma entrevista pro projeto dela contando uma história de comida hehe. Foi bem interessante. [veja o vídeo da entrevista aqui]

Agora de volta ao dormitório é hora de arrumar a mala :/ Todos estão arrumando na verdade, os voluntários que vão ficar aqui por mais tempo terão que acampar lá na fazenda pois o ashram estará fechado completamente a partir de amanhã. Acho que será divertido pra quem ficar. Bom, vou arrumar minha mala então 😉

Hari om tat sat _/\_

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M.

Diário do Ashram – Dia 8

16.12 – Quarta-feira

Hoje faz uma semana que cheguei aqui no ashram 😀

Hoje também foi a festa de fim de ano dos residentes. Saímos daqui após o café da manhã e fomos pra WoyWoy. Éramos 43 pessoas no barco que fez um cruise nas Brisbane Waters que é uma continuação da baía (sim, confirmei essa informação com alguém aqui hahaha). O passeio durou mais ou menos uma hora e mesmo com uma chuva fina foi bem lindo de ver a paisagem. Voltando pra terra firme fomos preparar nosso picnic, bem ao lado da água. Em Brisbane Waters tem uma pequena ilha que é uma reserva de pelicanos então é cheio deles ali pelas áreas de picnic, o tempo todo.

O tempo continuou fechado pelo resto do dia mas mesmo assim fomos à praia e alguns, incluindo eu, entraram na água 😛 Estava u pouco frio e chovia mas a água do mar estava agradável. Mas ficamos só por uns 20 minutos e o salva vidas nos pediu pra sair por conta dos raios que estavam caindo a uma distância razoável dali haha.

Voltando ao ashram, jantamos, papeamos e já era hora de dormir. Amanhã vou pra fazenda e começamos mais cedo pra voltar mais cedo também. Ás 6 horas é o café da manhã.

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Ahh, hoje papeei com Verina, uma australiana de Adelaide que mora em Perth e trabalhava na marinha, com submarinos (!!!) Divertido não?! Bom, ela disse que em partes era legal mas depois de uns anos perde o encanto pra alguns e ela perdeu. Resolveu viajar antes de começar o curso de agronomia na universidade. Falei com a Bella hoje também, não sei se mencionei ela antes mas ela é alemã, terminou os estudos (ensino médio) recentemente e está viajando antes de começar a universidade também, ela que ser professora. Falando em professora, acho que não falei quase nada da Georgia, ela é australiana de Newcastle – pertinho de Sydney, e é professora de educação física de crianças especiais (com deficiências mentais), achei lindo ❤ . Falando também em alemães, chegaram mais duas hoje hehe. Eu tinha dito que o ashram já estava fechado para as festas de fim de ano e não receberia novos voluntários mas aparentemente elas já haviam reservado antes. Julia acabou de terminar o ensino médio também e assim como Bella e tantos outro europeus resolveu viajar antes de começar a universidade. A Laura, chegou junto com o Alex, um sueco. Eles se conheceram aqui no ashram algumas semanas atrás e foram para outros lugares juntos, não acharam nenhum lugar pra hoje então resolveram voltar pra cá. Não conversei muito com eles então não sei das histórias de cada um.

Bom, o dia começa cedo amanhã então chega por hoje. Boa noite!

Hari om tat sat _/\_

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M.

Diário do Ashram – Dia 7

15.12 – Terça-feira

Dia cheio hoje. De manhã, no Karma Yoga arrumei as salas de yoga, basicamente dobrar as mantas direito já que cada um dobra de um jeito e aí parece que tá bagunçado. Além das salas ainda limpei as escadas. Pausa pra reunião. Fomos convidados a participar do picnic de fim de ano dos residentes yeyyy \o/. Será amanhã. Depois do café vamos até WoyWoy, acho que mais ou menos uma hora daqui, lá pegamos um ferry pra dar um role pela baía (acho que é uma baía), paramos num parque fazemos o picnic e então vamos à praia. Essa é a festa de fim de ano deles.

O resto da manhã trabalhei na cozinha picando legumes, amassando banana para os pães do picnic (banana bread), limpando e organizando cozinha. Logo após o almoço fomos assistir um vídeo que a Francesca fez durante o tempo que passou aqui. Como disse antes ela é designer de alimentos e trabalha numa pesquisa a respeito de alimentos que tem significado para as pessoas. Aqui no ashram foi um ótimo lugar pra ela dar continuidade ao projeto já que os alimentos tem muito significado pra todos por aqui. O vídeo ficou maravilhoso! Com ensinamentos preciosos nas entrevistas e lindas imagens ela conseguiu passar uma visão diferente do ashram, um algo a mais do que alguém mostraria daqui, você quase que pode sentir como é a vibe lá [clique aqui pra ver o vídeo]. Deu até uma dorzinha de saber que daqui a pouco tô indo embora.

Almoço

Almoço

Depois de assistirmos ao vídeo já emendamos a Yoga Nidra pra tirar um cochilo haha. Chá da tarde e volta ao trabalho. Durante a tarde trabalhei na manutenção de novo. Dessa vez limpamos uma área que fica atrás da cozinha. Mais uma vez varrendo folhas secas e arrancando ervas daninhas. O sol estava quente demais e assim que terminamos fomos direto pro rio pra refrescar. Janta delícia e fim do dia.

Liguei pro Dani e Léa já estava lá em casa, aliás, nem comentei que ela foi embora hoje cedo. Ela, Scarlet e Sophie que não entendi muito bem o que tinha acontecido já que ela tinha recém chego aqui. Então, aí Léa não conseguiu outro host pra ficar até ir pra Melbourne então ofereci pra ela ir lá pra casa, assim ela não deixa de conhecer Sydney também.

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Agora enquanto escrevo alguém está tocando um harmonium e cantando um mantra aqui no dormitório. Fui ver se conseguia achar e filmar mas a porta e janela estavam fechadas e não sei nem quem é que dorme nesse quarto. Vou aproveitar a melodia pra dormir hehe.

Hari om tat sat _/\_

P.S. Pessoal, desculpa pelo intervalo que fiquei sem postar o diário, era pra ser em sequência, mas é que me mudei esse fim de semana e tava tudo uma bagunça, nem internet eu tenho ainda haha tô postando do celular 😛

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M.

Diário do Ashram – Dia 6

14.12 – Segunda-feira

O ashram amanheceu tranquilo hoje. Os visitantes se foram e alguns residentes também. Devem ter ido visitar a família e passar natal e ano novo com alguém. A partir de hoje o ashram tá fechado para as férias. Não tem mais aulas ou sessões de yoga até janeiro. Porém, o ano novo é comemorado aqui em grande estilo e é um super evento. Quem tá aqui voluntariando pode ficar, só não pode chegar ninguém nesse meio tempo. Como agora não tem mais a programação de yoga o tempo livre aumentou e podemos usufruir da estrutura do ashram mas sem instrutor.

Pela manhã trabalhei na fazenda. Foi dia de colheita de saladas e vegetais. A fazenda é pequena em termos comerciais então o alimento cultivado lá basicamente vem pro ashram, serve como moeda de troca entre as fazendas vizinhas e outro tanto é vendido em feiras de orgânicos. Ah sim, esqueci de dizer antes, é tudo orgânico lá. O lixo orgânico da cozinha vai pra compostagem e volta pra fazenda ou pra horta que tem aqui no ashram.

A Francesca estava na cozinha hoje e fez uma receita da mamma dela. Chama Polpette di Riso di mamma Simonetta, uma delícia! É como se fosse um bolinho achatado feito de arroz com queijo e assado no forno (parece que originalmente tem recheio de frango também mas como tudo lá é vegetariano – inclusive ela – esse foi só de queijo). Pra acompanhar, um molho vermelho com rodelas de abobrinha, cenouras cozidas com queijo branco despedaçado e salada verde. Tudo maravilhoso. Lembrando que ela é italiana!! hehe

Hoje está bem quente por aqui então foi bem cansativo trabalhar na fazenda. Ainda bem que tive a tarde livre e deu pra relaxar bastante 🙂

Estava vagando pelo ashram e vi que colocaram uma slackline lá na frente e fui tentar a sorte (é aquela fita que prende em duas árvores e a galera anda em cima). Claro que não consegui nem subir né! haha. Sentei e continuei minha leitura até que Georgia chegou lá e me ensinou. Consegui andar o caminho todo, segurando a mão dela claro! Curti!

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Léa, uma francesa, tá indo embora amanhã e não tinha conseguido lugar pra ficar até ir pra Melbourne. Oferecei pra ela ficar lá em casa, uns três dias. Assim pelo menos ela não perde a chance de conhecer Sydney. Talvez mais duas meninas ainda fiquem lá em casa por uns dias, mas aí elas vão comigo na sexta. E an volta pra casa ainda passo na estação de trem pra pegar a Akane, a japonesa que conheci lá na fazenda de flores. A casa vai estar cheia no fim de semana 🙂

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M.

Diário do Ashram – Dia 5

13.12 – Domingo

Dia da tal da festa da água salgada haha.

[Esse relato conta como foi a prática de limpeza do sistema digestivo, como você pode imaginar não é nada fofo haha. Se não quiser saber pule pro texto depois da foto 😉 ]

A primeira prática achei difícil pois não conseguia beber um copão daquele tamanho de uma só vez. De água morna e salgada ainda! Então, foi assim, cheguei lá na sala e já tinham algumas pessoas meditando. meditei por uns cinco minutos só e já começou a distribuição dos copos. Gigantes os copos diga-se de passagem. Funciona assim, você bebe um copo e faz cinco asanas (poses de yoga) diferentes, bebe mais um copo e repete as asanas, e assim vai por uns 4 ciclos. As asanas têm que ser feitas de modo dinâmico, oito repetições cada, assim você faz uma massagem interna no sistema digestivo. É bem desconfortável faze-las com o estômago cheio de água e o gosto salgado na boca dá um pouco de nauseas, mas nada torturante. É um pouco nojento também pois a partir do segundo copo o corpo começa a reagir á massagem e arrotos são ouvidos a todo tempo hahaha. Depois disso você vai ao banheiro e fica lá meditando até a massagem fazer efeito hahaha. Se nada acontecer não tem problema, uma hora vai funcionar hahaha. A segunda prática é mais fácil, por incrível que pareça. Na parte externa dessa vez (ao lado de um riozinho haha) você agora recebe uma JARRA!!! da mesma água e bebe o quanto conseguir. Uma hora seu estômago não vai aguentar mais e vai jogar tudo pra fora. Ela chama isso de prática do elefante ou chafariz hahahaha. A próxima é mais fácil ainda. Agora você recebe uma espécie de mini chaleira (neti) então coloca o bico dela dentro de uma narina, vira a cabeça e deixa a água escorrer de uma narina para a outra. Isso vai limpar todo o muco que você tiver e você passa a respirar muito melhor. Mas um exercício de respiração é feito pra secar o canal nasal e então em outra sala, em silêncio, você deita em savasana e relaxa por uns 20 minutos.

Essas práticas além de limparem o sistema digestivo e mucos também traz emoções á tona e algumas pessoas podem se sentir pra baixo por algumas horas. Eu depois de finalmente ter concluído a primeira prática que acabou demorando um pouquinho, me senti ótima! Estou feliz e calma. Minha colega de quarto passou umas 2 horas chorando, tristinha, mas passou e está melhor agora. É interessante ver os diferentes efeitos que a prática tem em cada um.

Essa é uma página do guia que rebemos

Essa é uma página do guia que rebemos

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O Dani veio aqui pela manhã pra me visitar, aproveitando que eu estava de folga. Ele está gripado então não conseguiu aproveitar muito as sessões de yoga mas foi legal pra conhecer. Depois do almoço ele foi embora e eu fui trabalhar na limpeza. Dessa vez fiz par com a Sophie, uma holandesa que chegou na sexta. Ela acabou dese formar em Design de Produto (com ênfase em elétrica/eletrônica) e vai viajar por uns sete meses antes de voltar pra fazer pós.

Sabe, esse tipo de experiência, que nos permite conhecer gente de todo canto do mundo, é uma das coisas mais incríveis de viajar. Conhecer outras culturas, costumes, línguas. Algumas coisas no outro a gente ama e outras a gente detesta mas no fim é lindo ver essa diversidade e como somos tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo. Estou muito feliz com de estar aqui e conhecer essas pessoas. É uma experiência que vai ficar pra sempre na minha memória ❤

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M.

Diário do Ashram – Dia 4

12.12 – Sábado

Manhã de folga!

Resolvi conhecer a tal da caverna que tem no topo da montanha. É uma caminhada de uns 30 minutos, super inclinada e cansa pra caramba. No meio do mato mesmo, daquelas que você tem que se agarrar pelos galhos e pedras haha. A trilha é tão selvagem, comparada com as dos parques nacionais aqui da Austrália, que pra não sair dela tem que procurar as plaquinhas (geralmente as trilhas aqui são bem definidas, até com escada e corrimão nos lugares mais frequentados).

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Agora tô aqui no topo, olhando o rio láááá embaixo e pensando o quanto vai ser difícil descer 😛

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A tarde vou trabalhar na cozinha e à noite tem Kirtan de novo. O ashram fica cheio de visitantes nos fins de semana. São pessoas que vem pra um evento especial ou só pra um retiro pessoal mesmo. Alguns vieram pro Hatha Yoga Cleanse que é aquela limpeza da água salgada que vai rolar amanhã, e outros vem só pra conhecer, trabalhar na fazenda ou relaxar também né hehe.

Esses programas de fim de semana são pagos e os preços variam de acordo com a acomodação, acho que o valor mais em conta é de $80 pelos 3 dias (esse pacote te permite participar das aulas e inclui acomodação e alimentação mas você deve trabalhar no período da manhã no sábado e domingo, se não me engano na sexta não trabalha – até porque seria o dia da chegada). Mas os voluntários e residentes não precisam pagar nada pra participar desses eventos especiais.

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O jantar de hoje foi delicioso, meu favorito até agora (pena que não estava com o celular pra tirar foto na hora). “Hamburguer” de cenoura, beterraba e abobrinha raladas, misturado com farinha de grão-de-bico e temperos, gergelim no topo e assados no forno. Servidos com um molho de iogurte batico com folhinhas de hortelã, cuscus com salsinha e passas e salada de kale (um tipo de couve mais escura) com queijo fetta. Tudo muito saboroso e nutritivo.

Após o Kirtan todos seguiram pros seus quartos e foi o fim de mais um dia. Até amanhã 🙂

Hari om tat sat _/\_

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M.

Diário do Ashram – Dia 3

11.12 – Sexta-feira

Hoje a preguiça bateu e não fui na yoga da manhã. Levantei a tempo pro café e me surpreendi com o que foi servido: arroz doce! haha. Acho que é coisa de asiático isso, não sei. Enfim, era arroz integral e não era tão doce quanto o brasileiro (muito provavelmente não usam leite condensado). Pra acompanhar tinham nectarinas cortadas ao meio assadas com nozes, açúcar mascavo e canela no buraco da semente. Uma delícia!

Como hoje fui pra fazenda não fiz o Karma Yoga. Passei a manhã toda arrancando ervas daninhas e papeando com a galera que foi pra lá também. Hoje o Will (aquele que a esposa e filhos estavam visitando) me contou mais da história dele e de como veio parar aqui como residente. Basicamente o que aconteceu foi que ele tinha um emprego de Chef, com um bom salário e ótimas perspectivas de vida. Tudo estável, menos a mente e espírito. Ficou depressivo. Quando já estava num momento em que a esposa já não sabia mais o que fazer pra ajuda-lo, ela que até então nunca foi religiosa, sentiu dentro dela que ele deveria vir pra cá. Ela não sabia nada a respeito do Ashram, só viu uma placa certa vez quando passaram de carro aqui por perto. Ela então ligou aqui, contou o que estava acontecendo e fez as malas dele. Ele veio, se curou da depressão e agora vive em paz. Isso foi há uns 3 anos atrás mas ele está morando aqui definitivamente há 3 meses só. Hoje Amy e os meninos voltaram pra casa mas logo voltam pras festas de fim de ano. Vão vender a casa e fazer voluntariado pelo mundo, os cinco  ❤ Ano que vem vão pra Costa Rica e vão ficar um tempo pela América Central, talvez desçam para o Brasil.

Em falar em histórias motivadoras, conversei mais com a Francesca hoje, a italiana. A história deles é parecida. Dom cansou do emprego estável que pagava bem e esperou quase um ano até ela também estar pronta pra que largassem tudo. Venderam tudo que tinham e seguem viajando e voluntariando. Tudo que eles possuem hoje de bens materiais está nas mochilas que carregam e uma única caixa com documentos e fotos na casa da mãe dela. Eles são de Venice [que eu achei que fosse algum lugar qualquer na Itália até que descobri que era Veneza hahaha] e ela me ofereceu hospedagem na casa dos pais dela e um tour especial se ela estiver por lá, maravilhoso não?! ❤

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Voltando ao ashram depois do almoço trabalhei na cozinha. Nada de muito diferente exceto pelo tamanho das panelas, fogão e utensílios hahaha. Não cheguei a cozinhar, só ajudar no preparo e limpar, claro. Como a equipe que está na cozinha tem que preparar tudo a tempo dos outros grupos chegarem pra refeição, não podemos todos parar pra ir para as sessões de yoga então vão uma ou duas pessoas em cada uma das duas atividades. eu fui na das 4pm que só acontece nas sextas e como era minha única sexta lá, fiz questão de ir. Era uma celebração onde eles cantavam lindos mantras e ofereciam flores e sentimentos num pequeno altar no centro da sala, parece que normalmente é feito com fogo mas como o calor estava absurdo resolveram fazer o de flores hoje. Todos sentaram no chão em volta do altar que tinha uma bacia onde as flores eram colocadas. Velas, incenso e mais flores enfeitando o altar (todas diretamente dos jardins do ashram). É uma celebração muito tranquila e bonita. Chama Deva Havan e durou quase uma hora. Voltei pra cozinha, jantei e teve outra atividade. Que também acontece todas as sextas. Essa chama Kirtan e é mais por diversão mesmo. Novamente nos sentamos no chão em torno do altar e cantamos vários mantras, dessa vez mais agitados. É uma roda de música entre amigos mesmo. Cada novo mantra era uma nova pessoa no harmonium e mais alguns instrumentos pra acompanhar que passavam de mão em mão entre todos. Até eu toquei um deles, uma espécie de mini prato de bronze que se prende aos dedos por elásticos e você bate um no outro. Foi muito divertido, relaxante e me deixou com uma paz gigantesca 😀

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O dia acabou mais tarde hoje por conta do Kirtan mas tenho a manhã de folga amanhã então tudo bem hehe. Maaass tenho que apagar a luz hehe.

Hari om _/\_

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M.

Diário do Ashram – Dia 2

10.12 – Quinta-feira

Acordei às 5 da manhã para a aula de yoga das 5:30, essa aula é bem tranquila, ótima pra começar o dia. Às 7am é servido o café da manhã e às 7:45 tem o Chanting que é basicamente a prática de cantos (mantras) em sânscrito. Uma pessoa toca um harmonium e canta uma frase sozinha, então todos repetem, esse ciclo dura uns dez minutos variando um pouquinho o ritmo. É lindo de ouvir e difícil de cantar haha.

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Às 8am nos reunimos no pátio para separar os grupos para cada trabalho. Durante uma hora todos participam do Karma Yoga que seria algo que evitamos de fazer no dia a dia, no caso do Ashram essa hora é usada para a limpeza e organização de áreas comuns, somente o grupo que vai para a fazenda que não participa pois vão direto pra lá. Eu limpei os banheiros da área da recepção junto com uma residente chama Yoga alguma coisa, não entendi direito sei que começa com yoga hehe. O nome de nascença dela é Fiona mas quando fez a iniciação, recebeu um nome em sânscrito. Aparentemente algumas pessoas mudam de fato, na justiça.

Às 9am nos reunimos novamente pra dividir os grupos de trabalho. Tem um rápida reunião onde algum residente explica algumas coisas (até mesmo da vida haha) e tira dúvidas – sobre o ashram, sobre yoga, meditação, qualquer coisa. Hoje quem falou foi a Rishi, uma senhorinha que fundou esse ashram junto com uma amiga lá no início dos anos 70. Segundo ela, a amiga divorciou do marido e com 19 mil dólares comprou essa terra. Haviam aqui laranjeiras e as barracas delas. A amiga então teve um sonho em que viu o ashram do jeitinho que ele é hoje 🙂

Rishi então nos convidou para uma tal de salty water party (festa da água salgada) que vai rolar no domingo de manhã. Ela chama de festa porque diz que depois da prática parece que você bebeu haha. Eu vou participar então conto melhor os detalhes no domingo mas basicamente é uma limpeza do sistema digestivo, bebendo água morna com sal intercalando com posições de yoga, idas ao banheiro e limpeza dos mucos. Ela contou que aprendeu essa técnica com o guru dela quando esteve na Índia em 1973.

Depois dessa reunião meu trabalho foi na manutenção da área externa. Basicamente varri e juntei folhas secas que estavam nas escadas, dutos e calhas. Não foi um trabalho pesado mas me tomou muita energia. O calor aqui é diferente da cidade, talvez a humidade ou altitude, sei lá (pausa pra contar que a Windy, uma menina da Malásia, veio aqui no quarto agora me dar um chocolate ❤ ). Enfim, trabalhei essa manhã com Scarlet, australiana de Melbourne. Ela acabou de se formar no ensino médio e ano que vem vai pra universidade cursar Direito pois quer trabalhar com causas humanitárias. Ela é muito querida, miudinha, careca, um sorriso lindo e um coração gigante. Acredito que vai conseguir o que sonha: mudar o mundo! ❤

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Depois do almoço meu trabalho foi housekeeping (limpeza e organização dos quartos/dormitórios, banheiros e áreas comuns). O grupo dessa vez era maior mas na subdivisão trabalhei com Domenico, um italiano gente buoníssima que assim como sua esposa, Francesca, largou um emprego estressante para viajar o mundo fazendo voluntariado. Aliás, várias pessoas aqui fizeram isso e toda vez que conto que estou aqui porque larguei o meu emprego também as pessoas ficam felizes e me dão os parabéns hehe (tão oposto ao que a maioria me diz, infelizmente). E o que dá de gente que vendeu tudo (casa, carro, móveis, tudo) pra de fato ir viver a vida não é brincadeira haha. Enfim, voltando aos italianos, ele era contador gerente e ela professora (doutora) de food design numa universidade [já coloquei dois vídeos dela aqui no blog clique aqui pra ver o post]. Agora vivem felizes mundo afora [no momento que escrevo esse post eles estão no Japão 🙂 ].

No meio da tarde teve o Yoga Nidra como de costume e na aula das 5:15pm teve meditação com a Vedika. Depois disso teve o jantar e ajudei na limpeza da cozinha, li mais um pouco e agora são quase 9:30pm, hora de dormir já hehe.

Boa noite 🙂

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M.

Diário do Ashram – Dia 1

Oi gente!

Esse é o primeiro post do diário que escrevi enquanto estive no Ashram, foram nove dias ao total. Se você não viu os posts anteriores clique aqui pra entender sobre o que estou falando 😉 Vou transcrever aqui exatamente o que escrevi no diário então algumas partes serão repetidas do que já disse no vídeo.

09.12 – Quarta-feira

Cheguei na hora do almoço. Na recepção, peguei o mapa do local junto com a programação das atividades e a roupa de cama. O local é enorme. Vários prédios de dormitórios e áreas comuns. Muita natureza.

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Meu quarto fica num dormitório no alto do morro, tem três beliches mas no momento somente eu e mais duas meninas nesse quarto. Na verdade mais uma porque Kendra, uma alemã, prefere dormir na barraca então só usa o quarto pra guardar suas coisas. A outra menina é a Nina, da Eslovênia.

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As vezes é confuso saber quem faz o que por aqui pois tem os voluntários, como eu, que podem ficar uma semana ou meses, tem os residentes, alguns moram aqui por mais de dez anos, os professores e estudantes de yoga e os visitantes que vem passar o dia, fim de semana ou pra algum workshop específico.

Após o almoço normalmente todos voltam ao trabalho mas como minha semana começa a contar a partir de amanhã eu tive a tarde livre. Todos os dias às 2:30pm tem yoga Nidra que é uma meditação guiada em que ficamos na posição savasana (deitado sobre as costas com as pernas levemente afastadas e os pés levemente inclinados pra fora, palmas das mãos viradas pra cima e braços levemente afastados do corpo). Dura 30 minutos. Logo após a yoga temos o chá da tarde (normalmente chá e frutas). Às 3:15pm todos voltam ao trabalho. Eu fui conhecer o rio pois o calor estava absurdo.

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Às 5:15pm tem outra aula de yoga que perdi porque me enrolei pra chegar e a porta já estava fechada, amanhã conto como é. Às 6pm o jantar é servido. Todas as refeições são vegetarianas sempre com algumas opções veganas também.

Tem toda uma cultura de comunidade aqui, todos interagem, uma lindeza! No jantar sentei numa mesa baixinha dessas que você senta no chão e papeei com várias pessoas, dentre elas Kendra, a alemã, que falou comigo em português (!). Ela passou cinco meses no Brasil pegando carona e pedalando 🙂 Ela está viajando há uns seis anos e nunca faz planos. Conversei também com a Vedika (não tenho certeza como escreve, esse é o nome sânscrito dela, não sei o de nascença), ela é australiana e mora no ashram há anos,  e também conheci melhor uma família australiana, Will, Amy e seus lindos meninos Sammy, Franky e Tiago, sim! foi inspirado por um brasileiro que conheceram por aí. Eles aparentam ter idades entre 2 e 6 anos. O Will é um ex chef de cozinha, Amy não me disse o que costumava fazer, só me disse que assim como eu (e Will) largou um emprego estressante pra viver a vida (pena que pra mim foi só temporário, por enquanto haha). Ela ainda não mora aqui com os meninos, estão só visitando Will que está aqui há algum tempo já, mas vai vender a casa deles em Port Stephens e mudar pro ashram junto com ele e depois vão todos botar o pé na estrada. É muito legal ouvir as histórias de cada um e saber o que os trouxe aqui.

Depois do jantar e da limpeza da cozinha normalmente o tempo é livre, de vez em quando tem alguma atividade. Eu fui para uma das salas comuns pra ler. Às 8:30pm começa o Mouna que é a prática do silêncio e ninguém mais fala até às 7:30 da manhã do outro dia.

Agora são 9pm e vou apagar a luz pra Nina poder dormir haha, amanhã o dia começa às 5am 😮

Boa noite 🙂

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Obrigada pela visita pessoal 😀

M.